sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Diáconos do Rio de Janeiro celebram festa de São Lourenço

Os diáconos permanentes do Rio de Janeiro se reuniram na noite desta quarta-feira, 10 de agosto, para celebrar a festa do padroeiro, o diácono e mártir São Lourenço.

Presidida pelo arcebispo dom Orani João Tempesta, a celebração foi realizada na Paróquia São Lourenço, em Bangu. Para homenagear os diáconos permanentes e familiares presentes, os jovens da comunidade paroquial encenaram a vida do santo padroeiro. A Orquestra São Lourenço, composta por membros da comunidade, também fez uma apresentação.

Entre os concelebrantes, estavam o vigário episcopal do Vicariato Oeste, monsenhor Luiz Artur Marques de Barros Falcão, o pároco, padre Marcelo Batista de Araújo, e o diretor da Escola Diaconal Santo Efrém e coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Diaconato Permanente, padre Jorge André Pimentel Gouvêa.

O Evangelho do dia, sobre a parábola da "semente que cai na terra, germina e dá frutos", foi proclamado pelo diácono permanente Faustino de Jesus Ferreira. Na homilia, dom Orani destacou a vida de São Lourenço, o diácono de coração aberto e generoso que não teve medo de entregar a sua vida por causa do Reino de Deus.

Os diáconos permanentes são homens casados que receberam o sacramento da Ordem, em seu primeiro grau. A eles compete administrar os sacramentos do Batismo e do Matrimônio, distribuir a Eucaristia e ministrar a bênção litúrgica com o Santíssimo Sacramento, presidir a celebração da Palavra de Deus, administrar os sacramentais, oficiar exéquias e dedicar-se ao serviço aos pobres. Os diáconos são membros do clero, que também pertencem à hierarquia da Igreja.

- O próprio termo diaconia já expressa que o diácono é aquele que serve e configura-se ao Cristo Servo que “não veio para ser servido, mas para servir”. O diaconato expressa-se em três dimensões: o serviço da caridade, o serviço da liturgia e o serviço da Palavra de Deus, explicou o diácono Marcelo Macedo do Nascimento.

Recordando os últimos acontecimentos dos Estados Unidos, onde prevalecem como prioridade os bens deste mundo, dom Orani lembrou a importância e o valor do diaconato permanente, tanto no campo social como na presença evangelizadora da Igreja, nos diversos âmbitos e também nas comunidades.

- Posso testemunhar, por minhas experiências, a riqueza da vida, da missão e do bem que o trabalho diaconal faz à Igreja. Peço a Deus que nos envie muitas vocações para que possamos incrementar ainda mais, com o diaconato permanente, a nossa missão evangelizadora nesta cidade repleta de desafios, afirmou o arcebispo.

Com 144 diáconos ordenados, a Arquidiocese do Rio tem um número expressivo de diáconos permanentes dentro do cenário nacional. O Brasil possui atualmente, de acordo com portal da Comissão Nacional dos Diáconos, 1.829 diáconos ordenados e 1.388 candidatos em formação.

No final da missa, foi lida a ata de eleição e a posse da atual diretoria da Comissão dos Diáconos Permanentes da Arquidiocese do Rio de Janeiro. O diácono Luis Carlos Neves Veloso foi reeleito, na Assembléia Geral do dia 2 de julho, com o novo presidente da Comissão dos Diáconos Permanentes, e o diácono Adahil Rodrigues de Moraes para a função de vice-presidente.

Os demais membros da diretoria foram confirmados nos cargos, para o mandato de dois anos. São eles: Melquisedec Ferreira - Secretário, José Antônio Gomes - Tesoureiro, e Marcos Gayoso - Relações Públicas.

São Lourenço - padroeiro dos diáconos

São Lourenço, padroeiro dos diáconos, viveu no século III, o primeiro dos sete diáconos a serviço da Igreja de Roma. Foi ordenado pelo papa Sisto II, de quem era grande amigo e colaborador.

Entre as diversas tarefas que lhe cabiam, administrava os bens eclesiásticos, cuidando das construções dos cemitérios, igrejas e da manutenção das obras assistenciais destinadas ao amparo dos pobres, órfãos, viúvas e doentes. Era também encarregado da distribuição das esmolas entre os pobres, que ele qualificava como "os verdadeiros tesouros da Igreja".

A partir do ano 257, o imperador romano Valeriano ordenou uma feroz perseguição contra os cristãos, o que levou muitos à morte, entre eles o papa Sisto II que foi executado junto com os outros seis diáconos. Conta a tradição que, pouco antes de morrer, o papa pediu a Lourenço que distribuísse aos pobres todos os seus pertences e os da Igreja também, pois temia que caíssem nas mãos dos pagãos.

Lourenço foi preso e levado à presença do governador romano, Cornélio Secularos, justamente para entregar todos os bens que a Igreja possuía. O diácono pediu um prazo de três dias, pois precisava fazer um balanço completo deles. Assim, rapidamente, distribuiu tudo aos pobres e, quanto aos livros e objetos sagrados, cuidou para que ficassem bem escondidos. Em seguida, reuniu um grupo de cegos, órfãos, mendigos, doentes e colocou-os na frente de Cornélio, dizendo: "Pronto, aqui estão os tesouros da Igreja."

Irritado, o governador mandou que o amarrassem sobre uma grelha, para ser assado vivo, lentamente. O suplício cruel não demoveu Lourenço de sua fé. Segundo uma narrativa de Santo Ambrósio, ele encontrou disposição e coragem para dizer ao seu carrasco: "Vira-me, que já estou bem assado deste lado."

O diácono Lourenço morreu no dia 10 de agosto de 258, rezando pela cidade de Roma. A população mostrou-se muito grata a ele, que foi chamado de "príncipe dos mártires", e dedicou-lhe 34 Igrejas, sendo a primeira no lugar do martírio.

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